terça-feira, 24 de novembro de 2009

Marcas do que se foi...

O Natal se aproxima e o ano de 2009 chegando ao fim...Hoje eu e minha mãe tiramos o dia para “faxinar”: limpei meu quarto, joguei coisas fora, ...E enquanto fazia isso, muitas lembranças vieram.Acabei vendo fotos, peguei cartas pra ler... E o passado voltou na memória. Eu senti que é verdadeiramente possível ter um misto de sentimentos através de pequenas recordações. Algumas cartas eu rasguei com dor no coração, nem tanto por causa do conteúdo, mas por causa do capricho, do carinho que um dia existiu e hoje não mais. Outras eu ri quando lia, aí sim por causa do conteúdo, das besteiras escritas, dos segredos trocados... e outras eu rasguei com vontade mesmo, por ler e lembrar de momentos que hoje eu me arrependi ter vivido. Enfim...limpei um pouco de mim!Para mim, é sempre muito triste o final de ano, as despedias. Parece que tudo que conquistei neste ano, está indo embora. Não é bem isso, eu sei, mas é essa a sensação. Não gosto muito de mudanças, sou insegura quanto ao novo. Este ano então, ainda mais...pois será cheio de grandes mudanças. Boas, eu sei...mas grandes! Não que isso seja ruim, muito pelo contrário, eu esperava por elas, mas não posso negar que sinto medo.Em 2010 inicia uma outra etapa da minha vida. Li um texto de Fernando Pessoa (como sempre, maravilhoso), que diz que é sempre preciso saber quando uma etapa chega ao final, e que se insistirmos em permanecer nela mais do que o necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos para viver. E isso é realmente verdadeiro. Porque o que passou, não voltará! E eu posso afirmar, por experiência própria, que lamentar não trará meu passado de volta. As lembranças sim, são muito boas, mas devem ser lembradas com alegria e não com tristeza. Por isso é muito importante (por mais doloroso que seja), fazer a limpa no quarto, destruir recordações, mudar as coisas de lugar, enfim. Digo isso, mas não FAÇO isso! Minha psicóloga dizia que eu tinha que jogar muitas coisas fora, doar os meus brinquedos (meu quarto é cheio de brinquedos) trocar coisas de lugar. E que isso deveria ser uma faxina constante. Mas eu nunca consegui fazer isso. Já mudei muito: já consegui jogar muitas coisas fora (com dor no coração), mas sempre fui mesmo muito apegada a tudo. Quando eu ia jogar algo fora, eu já começava a lembrar quando ganhei, de quem ganhei, quando comprei e já pensava o que eu podia fazer com aquilo naquele momento. Na maioria das vezes aquilo não me era útil, mas na hora de jogar fora eu achava utilidade para ele. Por exemplo minhas bonecas e ursos de pelúcia. Que utilidade isso tem para mim agora? Nenhuma! Eles estão guardados, empoeirados, mas eu não me desfaço!Eu sempre quis tanto ter uma boneca “MEU BEBÊ”, quando ganhei foi a maior alegria. Eu já nem tinha idade para ganhar bonecas, mas foi a maior felicidade do mundo e hoje ela está guardada, porque um dia ela foi a boneca dos meus sonhos. São coisas assim: que tem significado, que me trazem lembranças, que tem sentimento. Reconheço que é preciso desfazer, jogar fora, desprender-se. Fernando Pessoa diz também neste texto, que temos que parar de ligar nossa televisão emocional e ficar vendo sempre o mesmo programa, que mostra como já sofremos. Não sei se isso seria bom ou ruim. Acredito que lembrar dos nossos erros, do nosso passado, faz a gente ser uma pessoa melhor no futuro. O que não pode é se lamentar e VIVER no passado. Mas lembrar, chorar e sentir saudade é uma característica minha, e que eu nem quero deixar de ter, mesmo que muitas vezes me faça sofrer. Mas sim, eu acredito que devemos encerrar ciclos. E uma etapa da minha vida encerra agora. E como diz Fernando Pessoa: não é por orgulho, por incapacidade, ou por soberba, é simplesmente porque o que estou deixando já não se encaixa mais na minha vida e eu tenho que aceitar isso. “Fechar a porta, mudar o disco, limpar a casa, sacudir a poeira! Deixar de ser quem era e transformar em quem sou!E lembrar sempre: Tudo que chega, chega sempre por alguma razão!”Feliz Ano novo!!!!

Um comentário:

Márcio Moura disse...

Prezada Érika:
Estou resgatando a verdadeira história da criação da música Marcas do que se foi e de seus verdaeiros autores.
Se quiser conhecer, acesse: www.marciomoura.com.br
Abs. Márcio Moura